terça-feira, 19 de agosto de 2014

THE VOICE OF THE BRAZILIAN YOUNG GENERATION VOTERS


Brazilian youth refuses to be described as not politically engaged

  • 12/08/2014 20h26
  • Brasília
Mariana Branco reports from Agência Brasil Edited by: Lílian Beraldo / Nira Foster







In the young people’s view, in spite of a feeling of disappointment at political parties and formal structures of power, they are still politically engagedWilson Dias/Agência Brasil
In Brazil, the younger generations are often criticized for keeping a distance from politics. However, ahead of the country’s next election for president, governors, deputies and senators, the young people heard by Agência Brasil questioned those who call them politically inactive. The youth states that its relations with public issues simply deviated from traditional paths. In the young people’s view, in spite of a feeling of disappointment at political parties and formal structures of power, they are still politically engaged.
Student Mariana Serra dos Santos, 17, believes there is room for activism even when no political party is involved. She calls for small changes in people’s attitude in their everyday lives and deems independent measures a global trend.
“In my opinion, a lot of people do not find representation [in the parties]. The youth has awakened, it want changes, but it’s unable to identify what it wants changed. Politics is a lot more than what happens in the Esplanade of Ministries,” she said, referring to the area where the nation’s executive power as well as the National Congress are located.
Likewise, student João Felipe Amaral Bobroff, 17, president of a students’ association, believes that political involvement goes way beyond parties and going to the polls. “The youth is politically involved, but nonpartisan. Politics is not just about parties. We’ve got an electoral system that only makes room for those who come in with a lot of money. It’s not donation, it’s funding [for campaigns],” he argues. According to João Felipe, the demonstrations staged in June gathered people who were interested in fighting for their beliefs. “That’s what’s missing, and also bringing those beliefs to day-to-day life,” he says.

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Isabela Albuquerque, 16, regards the right-left polarization in politics as a problem. She also thinks there is a gaping distance between today’s generations and the Brazilian political parties, many of which have lost their original composition. “We didn’t see it when these parties were born, and today there are so many of them we have trouble telling what side they’re taking. That’s exactly why several members of our generation feel skeptical: the number of parties and alliances created,” she notes.

In spite of the disappointment at institutional politics and the fact that voting is not mandatory for them (from 16 to 18 years old), Marina, João Felipe and Isabela have showed their intention to participate in the upcoming elections. “I want to have a voice and express myself,” says Marina, who does not agree that voting should be mandatory. “People are forced to vote even though they’re not prepared for it,” she argues. For João Felipe, the voter’s card was a birthday gift. “I’ve always told my mom I wanted to have one. To criticize the government, if you don’t go to the polls and make a change, doesn’t make any sense,” he adds. Isabela also made sure she had the document issued. “I’ve always been interested in politics, and I’ve paid close attention and done some research, so I could choose the politicians I could vote for,” she says.
Political scientist Antônio Flávio Testa, from the University of Brasília, maintains that the dynamics in the political activism of young people like Marina, Isabela and João Felipe with public affairs is a recent phenomenon that should be analyzed. He explains that most protesters on the streets in June were young and not connected with the interests of political parties. Testa believes the youth is very critical but lacks an affiliation.
Young people, the scientist says, still need to find their focus. “They do not propose; rather, they just criticize. They want changes, but don’t know how to look for it, because they don’t want resort to the structure of parties. But, unless there’s a structural reform in the political system, there’s no way of [implementing changes] other than affiliating themselves with parties,” he remarks.
In July, the Superior Electoral Court (“TSE”) announced that 1.638 million electors are between 16 and 17 of age, accounting for 23.8 percent of the population in this age group. The figure was the lowest among the rates reported for the three last general elections. In 2002, this figure stood at 28.7 percent. The 2006 counterpart reached 36.9 percent. In 2010, 34.8 percent.

According to the court, the fall can be partly put down to a change in methodology and counting. In 2014, the age considered was how old the young people would be in October. In previous years, the calculation was based on data collected up to June 30.
TSE also associates the drop in the number of young electors with a general reduction in the size of this section of the population. According to statistics from the Brazilian Institute of Geography and Statistics ("IBGE"), the number of people aging 16 and 17 has decreased from the 2002 polls onwards.

Translated by Fabrício Ferreira

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Jovens negam rótulo de despolitizados e dizem que forma de participação mudou
  • 12/08/2014 10h44
  • Brasília
Mariana Branco - Repórter da Agência Brasil Edited by: Lílian Beraldo
 
Gerações mais novas são frequentemente criticadas por manterem distância da participação política. Mas, às vésperas de mais uma eleição para escolher presidente, governadores, deputados e senadores, jovens ouvidos pela Agência Brasil contestam o rótulo de despolitizados. Eles definem sua relação com as questões públicas como um envolvimento que se afastou das vias tradicionais. Na visão deles, há uma desilusão com partidos e estruturas formais de poder, mas a juventude não está desengajada.
A estudante Marina Serra dos Santos, 17 anos, diz que o ativismo desvinculado de partidos políticos é válido. A jovem, que na internet utiliza o pseudônimo Marina Saint-Hills, marca presença nas redes sociais e mantém um blog onde compartilha conteúdos sobre sua visão de mundo e suas experiências. Marina é favorável a pequenas mudanças de atitude no cotidiano e destaca as ações apartidárias como uma tendência mundial.
“Na minha opinião, muitas pessoas não encontram representação [entre os partidos]. A juventude acordou, quer mudanças, mas não sabe identificar o que quer que mude. A política vai muito além do que está acontecendo na Esplanada [dos Ministérios]. Tem a corrupção em pequena escala, o 'jeitinho' brasileiro. [O apartidarismo] não é só característico das manifestações no Brasil. O Occupy [movimento Occupy Wall Street, iniciado nos Estados Unidos, contrário às distorções sociais, ganância e corrupção] era assim. A gente viu em junho [durante as manifestações] que não era só política [tradicional]. Tinha movimento LGBT [lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros e transexuais] e muitos outros”, comenta.


Apesar da desilução com a política tradicional e do voto facultativo, jovens não abrem mão de ir às urnas no dia 5 de outubroWilson Dias/Agência Brasil
O estudante João Felipe Amaral Bobroff, 17 anos, presidente do grêmio estudantil da escola em que estuda, também acredita que a participação política ultrapassa os partidos e o comparecimento às urnas. “A juventude é politizada, mas apartidária. Política não é só partido. Temos um sistema eleitoral que só dá espaço para quem entra com muito dinheiro. Não é doação, é financiamento [de campanha]”, critica. Para João Felipe, as manifestações de junho reuniram "pessoas defendendo ideais”. “É isso que está faltando, e também viver esses ideais no dia a dia”, defende.
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A estudante Isabela Albuquerque, 16 anos, acredita que há um fosso entre as gerações atuais e os partidos políticos brasileiros, muitos dos quais perderam suas características originais. Entre elas, por exemplo, a polarização para esquerda ou direita do espectro político. “A gente não viu esses partidos nascerem e hoje são tantos que a gente tem dificuldade de saber de que lado eles estão. Muitos da nossa geração acreditam pouco justamente por causa disso, do número de partidos, das alianças feitas”, avalia.
Apesar do desencanto com a política institucional e de o voto ser facultativo para eles, Marina, João Felipe e Isabela não abrirão mão de participar dessas eleições. “Quero ter voz, me manifestar”, diz Marina, que é contra a obrigatoriedade do voto. “A pessoa é obrigada a votar sem estar preparada”, acredita. Segundo João Felipe, o título de eleitor foi seu presente de aniversário. “Sempre falei para minha mãe que queria. Falar contra o governo, se você não faz a diferença nas urnas, não faz sentido”, comenta. Isabela também fez questão de garantir o documento. “Sempre me interessei por política e vinha prestando atenção, pesquisando os políticos em quem poderia votar”, conta.
Na visão do cientista político Antônio Flávio Testa, da Universidade de Brasília (UnB), a dinâmica do envolvimento de jovens como Marina, Isabela e João Felipe com as causas públicas é um fenômeno recente, que precisa ser acompanhado. "[Nos movimentos de junho] a maioria [dos manifestantes] era jovem, mas desvinculada de interesses partidários. O jovem [dos dias atuais] é muito crítico, mas não está se envolvendo partidariamente. [Esse movimento] Precisa ser mais bem analisado", avalia Testa.
Para ele, os jovens ainda precisam encontrar um foco. "[A atitude deles] não é propositiva, é só critica. Querem mudança, mas não sabem como buscar, pois não querem usar a estrutura partidária. Mas, a não ser que haja uma reforma estrutural no sistema político, não há outra forma [de implementar mudanças] a não ser estar vinculado aos partidos", pondera.
Segundo dados divulgados no fim de julho pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 1,638 milhão de eleitores têm 16 e 17 anos, o equivalente a 23,8% da população nessa faixa etária. A proporção é a menor dos três últimos pleitos federais. Em 2002, esse percentual alcançava 28,7%. Nas eleições de 2006, foi 36,9%. No pleito de 2010, ficou em 34,8%.

Segundo o tribunal, a queda é parcialmente atribuída a uma mudança na metodologia de contagem. Em 2014, foi computada a idade que os jovens terão em outubro. Em anos anteriores, o número era consolidado levando-se em conta as informações até 30 de junho.
O TSE também associa a redução do eleitorado jovem à tendência de queda dessa faixa da população de maneira geral. Segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de jovens de 16 e 17 anos tem diminuído desde o pleito federal de 2002.
De acordo com Luciano Gonçalves, pesquisador do IBGE, o fenômeno tende a se aprofundar à medida que os nascidos depois dos anos 2000 atinjam idade para exercer o voto. “A taxa de fecundidade vem caindo no Brasil. Em 1990, era 3,1 filhos por mulher. Em 2000, era 2,39. Em 2010, chegou a 1,87, abaixo do índice de reposição da população, que é 2,1 filhos por mulher”, destaca.

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SOURCE / LINK: http://elo.com.br/portal/colunistas/christianelima/ver/230382/voto-aos-16-anos--direito-e-responsabilidade--.html


Voting at age 16: the Right and Responsibility for their actions.


 

"Liberty means responsibility. That's why so many people are afraid of it. "
(George Bernard Shaw)

           The vote at age 16 was an achievement of the student movement, incorporated into the 1988 Brazilian Constitution Between the end of the 1980s and the beginning of the next, students and young people, in general, showed interest in national politics and desire to manifest through the vote on the direction of the country. However, this willingness to participate has decreased. Even supported by Article IV of the Constitution which guarantees over 16 the right to vote, in practice does not always happen. Five years ago there were 3.6 million voters at16 to 17 years in Brazil. In 2008 the number reached 2.9 million, a 19% reduction. A survey (TRE-MG) Regional Electoral Court of Minas Gerais shows that adolescents have shown little interest in heading to the polls. In that state of every three teenagers of 16 and 17 years, took the title of one voter. In Belo Horizonte, the interest was lower: one in four teens enrolled in the Electoral Court.
          
If those statistics help determine lack of interest by young people in the exercise of their right, the case is to ask the reasons for this fact. Why young people seem to have lost interest in politics? What explains the growing number of young people who do not take the issue of voter registration and voting? Some say they do not feel prepared to vote or see the indifference and lack of commitment of Brazilian politicians as a major reason for their lack of interest.
          We understand that the purpose of the Act is to give the young citizens the opportunity to choose representatives, but on the other hand, forces them to vote even without desire. For many, this is a factor that allows voting without responsibility and awareness and promotes the buying and selling of votes practice. Thus it is also crucial that young inquire, study, update it and do not fall in advertisements and electioneering campaigns. In fact, the act of voting is a duty for the young as well as the responsibility for their actions. Still, the lack of information or even of interest in the future of society causes many young people do not come to the polls or opinion formed without reaching.
        But who's to blame? Unfortunately, the scenario is really discouraging: Every election, every scandal disappointment increases the gap between young people and politics, which is a bad sign for the future of our country as it is in his youth a nation credits his higher expectations of future changes. In whom we pin hope if we do not believe that young people can make Brazil a better, more fair, ethical and truly democratic country?
        And how to prepare them for such a task? Everything starts at home, when they can start having responsibilities of participation in their own family. Then go to the school context, where influence decisions in the classroom, helping to give more quality to the process of teaching and learning and the school environment more life. With the help of family or school, these teens can monitor public policy and help disseminate what is working and suggest ways to improve the situation of children and adolescents, for example.
       The right to vote is a political and social participation of adolescents who deserves to be encouraged and
strengthened. In that way every teenager has the right to participate in decisions that affect their lives and communities, and the vote is a way for him to be the protagonist, but also responsible for the direction of public policy. For this, it is essential to inform, discuss with other teenagers, make a free and informed choice, and then monitor the performance of public managers.
 

"You can not escape the responsibility of tomorrow dodging it today."
(In Abraham Lincoln)


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Voto aos 16 anos : Direito e responsabilidade.



“Liberdade significa responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela.”
(George Bernard Shaw)

          O voto aos 16 anos foi uma conquista do movimento estudantil, incorporada à Constituição de 1988. Entre o fim da década de 1980 e o início da seguinte, estudantes e jovens, de um modo geral, demonstravam interesse na vida política nacional e desejo de se manifestar, por meio do voto, sobre os rumos do país. No entanto, essa vontade de participar tem diminuído. Mesmo amparados pelo artigo IV da Constituição Federal, que garante aos maiores de 16 anos o direito ao voto, na prática, nem sempre isso acontece. Há cinco anos havia 3,6 milhões de eleitores de 16 e 17 anos no Brasil. Em 2008 o número chegou a 2,9 milhões, redução de 19%. Uma pesquisa do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) mostra que os adolescentes vêm demonstrando pouco interesse em comparecer às urnas. No estado, de cada três adolescentes de 16 e 17 anos, um tirou o titulo de eleitor. Em Belo Horizonte, o interesse foi menor: um entre quatro adolescentes se inscreveu na Justiça Eleitoral.
          Se números assim permitem constatar o desinteresse do jovem no exercício de um direito seu, é o caso de perguntar as razões desse fato. Por que os jovens parecem ter perdido o interesse pela política? O que explica o crescente número de jovens que não faz questão de tirar o título de eleitor e de votar? Alguns dizem que não se sentem preparados para exercer o voto ou veem o descaso e a falta de compromisso dos políticos brasileiros como um dos principais motivos para seu desinteresse em votar.
         Entendemos que o objetivo da Lei é dar ao jovem cidadão a oportunidade de escolher representantes, mas por outro lado, obriga-o a votar mesmo sem que haja o desejo. Para muitos, este é um fator que possibilita o voto sem responsabilidade e consciência e favorece a compra e venda de votos. Dessa forma é fundamental também que o jovem se informe, estude, se atualize e não caia nas propagandas e campanhas eleitoreiras.

Sim, o ato de votar é um dever para o jovem, como também, a responsabilidade pelos próprios atos. Mesmo assim, a falta de informação ou, até mesmo, de interesse pelo futuro da sociedade faz com que muitos jovens não cheguem às urnas ou cheguem sem opinião formada.
       Mas, de quem é a culpa? Infelizmente, o cenário é realmente desalentador: A cada eleição, a cada escândalo a decepção aumenta o distanciamento dos jovens em relação à política, o que é um péssimo sinal para o futuro de nosso país, pois é em sua juventude que uma nação credita suas maiores expectativas de transformações futuras. Em quem iremos depositar nossas esperanças se não acreditarmos que os jovens poderão fazer do Brasil um país melhor, mais justo, solidário e verdadeiramente democrático?
       E como prepará-los para tal missão? Tudo começa dentro de casa, quando podem começar a ter responsabilidades de participação na própria família. Depois passam para o contexto da escola, onde influenciam nas decisões em sala de aula, ajudando a dar mais qualidade ao processo de ensino-aprendizagem e mais vida ao ambiente escolar. Com a ajuda da escola ou da família, estes adolescentes podem monitorar as políticas públicas e ajudar a disseminar o que está dando certo e sugerir formas de melhorar a situação da infância e adolescência, por exemplo.
      O voto é um direito de participação política e social do adolescente que merece ser estimulado e fortalecido. Sendo assim, todo adolescente tem o direito de participar das decisões que afetam sua vida e da comunidade, e o voto é uma maneira de ele ser protagonista, mas também responsável pelo rumo das políticas públicas. Para isso, é essencial ele se informar, discutir com outros adolescentes, fazer uma escolha livre e consciente e, depois, acompanhar a atuação dos gestores públicos.



“ You cannot escape the responsibility of tomorrow by evading it today.” - Abraham Lincoln.
“Você não consegue escapar da responsabilidade de amanhã esquivando-se dela hoje.”
- Abraham Lincoln.





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