sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Confiram no Estadão "Movimento NASRUAS se fortalece de olho na marcha de 2012"


Movimento NASRUAS se fortalece de olho na marcha de 2012
Depois de realizar 1º Congresso, grupo se mobiliza para padronizar bandeiras anticorrupção entre movimentos
14 de dezembro de 2011 | 16h 33
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Isadora Peron, de O Estado de S.Paulo
No feriado de Sete de Setembro, diversos grupos saíram às ruas para protestar contra a corrupção. Entre eles, estava o NASRUAS, responsável por organizar as manifestações em São Paulo. Hoje, pouco mais de três meses depois, o grupo não apenas se fortaleceu – tem representantes em mais de 53 cidades brasileiras e reúne cerca de 50 mil apoiadores no Facebook – como faz planos para o futuro: no dia 7 de setembro do ano que vem, quando os protestos anticorrupção completarão um ano, uma das organizadoras da marcha diz que quer realizar “a maior manifestação que o Brasil já viu”.

Daniel Teixeira/AE
Carla Zambelli organizou o 1º Congresso anticorrupção
Carla Zambelli é uma paulista de 31 anos. Por causa de um filho que acaba de fazer quatro anos, diz que começou a se preocupar com o futuro do País. Na sexta-feira, dia 9 de dezembro, o movimento realizou o 1.º Congresso Contra Corrupção. O objetivo era definir quais as bandeiras serão defendidas  pelo NASRUAS e provavelmente também pelas dezenas de outros movimentos anticorrupção que surgiram nos últimos meses. Em entrevista ao 'Estado', Carlacontou os planos para o ano que vem.
Qual o objetivo 1.º Congresso Contra Corrupção?
A intenção foi pegar todas as propostas de combate à corrupção que estão circulando pela internet e dar embasamento teórico a elas. Dizer qual vale ou não a pena, quais as prioridades a se discutir, ou seja, chegar a um consenso do que realmente pode combater a corrupção. Hoje, nós (os diferentes movimentos de combate à corrupção) somos um grupo de 100 mil a 150 mil pessoas espalhados por todo o Brasil. Então, como o nosso movimento é sério e pode realmente mudar o País, nós quisemos dar embasamento teórico, técnico e constitucional às propostas. A gente não quer ferir a Constituição, mas queremos mudar o País para melhor, atacando o cerne da corrupção, que é a impunidade. A gente acredita que se conseguirmos diminuir a impunidade as pessoas vão passar a ter mais medo de roubar, porque elas serão pegas, presas e terão de devolver o dinheiro.
E o que foi elencado como prioridade?
Nós apoiamos o Ficha Limpa, mas ela não será uma prioridade, porque essa questão já foi bastante debatida, agora temos que esperar pela decisão do STF. A nossa prioridade para o começo do ano que vem vai ser conseguir aprovar o fim do voto secreto no Congresso, pelo menos em votações que o povo tenha interesse de saber o voto de cada parlamentar. Nós vamos lutar por essa bandeira, porque é algo que pode ser concretizado a curto prazo e nós precisamos de uma conquista para poder comemorar e animar as pessoas.
Alguma outra?
A priorização dos julgamentos de corrupção. Tanto é que a nossa intenção é tentar criar um projeto de lei que obrigue o Judiciário a priorizar o julgamento de crimes de corrupção, de forma que a gente não tenha casos como mensalão que dure seis anos e que até agora não tenha uma solução. Nós queremos que a sentença crimes de corrupção saia em, no máximo, um ou dois anos.
Uma das principais críticas aos movimentos de combate a corrupção era justamente a falta de bandeiras claras. Você acha que essa iniciativa vem ao encontro disso?
Acho que sim. A gente não quer ser mais ser chamado "indignados-ignorantes". Por outro lado, eu acho que não temos a obrigação de saber detalhes da Constituição. Por isso considero injustas essas críticas contra a nossa ignorância, que sempre admitimos, mas entendo que elas não são descabíveis, que têm fundamento.
Recentemente os diferentes grupos anticorrupção manifestaram a intenção de se unir. Como está esse processo?
Estamos caminhando para a unificação das propostas e das iniciativas. Isso não quer dizer que iremos nos tornar um só grupo, porque somos muito diferentes uns dos outros. Outra coisa super importante é os diversos grupos conseguirem coordenarem as datas, locais e horários das manifestações. O nosso sonho é que no dia 7 de setembro de 2012, não todas as cidades brasileiras, mas pelo menos todas as capitais, tenham um manifesto marcado para o mesmo horário, para um local predeterminado. E nesse dia, quando vai completar um ano das primeiras marchas, nós queremos que aconteça a maior manifestação que o Brasil já viu. Maior que qualquer Parada Gay ou Marcha para Jesus. Esse é o principal objetivo da nossa união. Nós queremos poder buscar isso junto com os outros movimentos e fazer valer o nosso lema: ou param a roubalheira, ou paramos o Brasil. E no dia 7 de setembro de 2012 nós vamos parar o Brasil.

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